Fecho os olhos para ver...

Quando eu te vejo eu não te olho, não é covardia é apenas reflexo em não deixar o seu olhar o meu, é incontrolável, como se meu corpo respondesse em instantes aos atos, acelera, treme, pressa... não me veja, não me note, não me toque, não e não...

Quando evito, quando respiro, fechos os olhos canto e grito, alívio, não...

Eu fecho os olhos e ai te vejo, não é imagem é sentimento, todo o som, todo barulho, todos os gritos, mas há um sussurro, eu me concentro, não, já não te vejo. Eu não te quero, eu te odeio, não, eu não me vejo, eu não consigo, não faça isso, amigos não, como se nada fosse, assim não, como a indiferença, por favor não.

Me odeie, se desfaça, não me assista como se fosse graça, não é assim, não sou assim, assim não basta...

Eu quero o ódio e o repúdio, causar o incômodo, eu sei que posso, eu sou assim, sinto que sim, e se é pra ser, vai ser assim... a culpa é sua. Quero o errado, deixar marcado, não resolvido, não vou mudar, nem por você, talvez por mim... quem sabe um dia, uma madrugada, uma música diga, mas se te vejo... o seu sorriso, a ironia, a provocação com cara limpa, eu sinto ódio, eu sinto o medo, sinto saudades...

O que se passa, como se passa, o que passou,ouvir dizer que está bem, que seu coração já tem alguém,que sempre teve, agora o mantém. Não acredito eu sinto a mágoa, não é isso, não é assim, tem que ser por mim.Más há de ser, e se, se sempre o foi, o que eu fui?

O sentimento, o desespero e o deixe pra depois?
Eu nunca estive, eu nunca fui, e aquele amor?

E o "eu te amo", a traduzir num "me esqueça" por favor... siga sem ódio e sem rancor, não se arrependa, a vida ensina, o tempo certo, os tais valores, minha ilusão pertence a ti, mas o meu amor não...?

Então me dou conta, grito mais alto dentre todas as vozes na multidão.

Sou teu ego...
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