quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Rabo preso


Era só uma criança, no auge de sua infantilidade e sem conhecimento real do significado de consequência. Era uma criança e seu cachorro, um vira-lata que não foi agraciado com uma bela aparência, mas era o melhor amigo, apenas os dois sabiam o bem que um fazia ao outro.

Até que um belo dia contemplada com uma ideia indivina acrescentada da curiosidade assassina de gatos a criança resolveu puxar indelicadamente o rabo de seu cachorro . O resultado não foi outro que o instinto animal de um "animal" em se defender... pobre cachorro.

Por mais que a criança tivesse consciência da culpa, o susto e a dor eram mais fortes, choro e revolta são consequências, mas não apenas as dores físicas e nem apenas as delas. Como explicar aos pais o ocorrido? A vergonha de dizer o que se fez? Mesmo uma criança não muito inocente fez o "prático" e colocou a culpa em seu cachorro, acusou-o sem explicação, sem a explicação correta.

O pobre cachorro levou uma surra, onde a criança escutava os latidos, uivos, sentia dentro dela os gritos de dor que seu "amigo" sentia, sentia mais ainda, a culpa por eles... Mas contar agora que havia feito algo "mal" a ele, já era tarde, não apenas o cachorro perderia a confiança da família como também a própria criança mentirosa... pobre cachorro, pobre criança.

Ver no outro dia seu "amigo" machucado, amarrado, e culpado por algo que não foi apenas "culpa" dele, não fez nada bem. Pior, ser proibido pelos pais de "brincar novamente" com ele, sabendo que ele não havia feito mal algum por "maldade", por loucura, ou sem explicação.

O segredo estava guardado, afinal cachorros não falam, e tudo uma hora voltaria ao "normal".

De fato o cachorro em poucos dias já estava disposto a brincar novamente com a criança, que havia apenas puxado seu rabo, e ele mordido, ou seja, os dois saibam que estavam "quites", mas quando o cachorro via os pais, ele se afastava, ainda tinha medo, e os pais ainda sempre desconfiados do cachorro.

Os pais não entendiam direito como a criança não tinha medo do cachorro, e brincava normalmente, acreditavam que "criança" não guarda "mágoa", mas não sabiam que a criança confiava em seu cachorro pois apenas ela sabia que, o que ele fez, foi apenas por uma resposta a atitude dela, pior que a do cachorro, e cachorro que é bom cachorro,"ama" seu dono, perdoa.

O tempo passou, o cachorro "esqueceu" mas a criança não, por vezes que ela via seu cachorro feliz ao lhe ver, pedindo carinho, olhando para ela, vinha a sensação de traição, de culpa, e encarar o cachorro não era dos melhores momentos reflexivos.

Com o tempo o cachorro morreu, mas a culpa, assim como o trauma da infância, não.

A criança já adulta, ainda se perguntava se, se "o cachorro" falasse, será que ele teria contado o que de fato havia de fato acontecido? Desmentido tudo? Exposto a mentira ao seus pais? Se vingado em alguma hora?

"Apenas quando alguém que você ama te colocar no lugar do cachorro você terá essa resposta."


[Dona Geo]

3 Comentários:

Anônimo disse...

que lindo *_______*

Dona Geo. disse...

Pra enfatizar mais uma vez as crônicas não são sobre reais acontecimentos, nem sobre mim, ok? eu não machuco animais! hahahaha

Unknown disse...

caraa... choreii

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