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terça-feira, 2 de março de 2010

Um lagarto no jardim

Lá estava um lagarto, perto da cerca viva na grama do jardim, um vulto tentando não se notado, quando olhei ele corria em direção a vegetação mais alta como tentando talvez fingir que não estava ali, pensando talvez que assim eu esqueceria que eu o vi, que sabia que ele ainda estava ali, e mesmo assim, talvez o sentimento de fuga e desespero, quieto e imóvel, ele devesse pensar que eu ignoraria o fato, ou que eu seria um lagarto, como ele, e me convenceria que nada ali aconteceu...

Fiquei com dó ao pensar que, o que esse lagarto, que se achava esperto, talvez não imaginasse era que eu já estava o observando a tempo, antes mesmo dele notar minha presença eu já sabia de onde ele vinha e para onde ele ia, o que ele fez e o que iria fazer, que provavelmente nem ele imaginava é, que os ovos que estavam ali, eu é quem havia colocado.


Assim como muitas pessoas se fazem de lagarto.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

ha ha ha

Se tem algo que eu gosto muito é de humor, mas se tem algo que eu repudio é ignorância. Tenho observado muito na internet a mistura dessas duas coisas, e, de verdade sinto vergonha alheia.


Me parece que algumas pessoas perdem a noção do que é engraçado e do que é ridículo.

Eu sou uma pessoa que adora tirar sarro em praticamente tudo, e vejo graça em praticamente tudo, mas expor a ignorância eu não acho graça alguma, isso na verdade, me preocupa.

O que faz uma pessoa hoje ser admirada? Quais os conceitos que as pessoas buscam hoje? A quem elas escutam e a quem elas querem escutar?
Realmente eu não sei.

Mas o que eu vejo são muitas pessoas querendo não mais que apenas "agradar" as pessoas por ai, sem ao menos se importarem a quem agradam, e a maneira a qual fazem isso. Desde que sejam aplaudidas, as consequências não são questionadas.

Eu já fui umas das pessoas mais ignorantes que já conheci, juro, tive uma fase de expor os defeitos de todo mundo que não me agradava, e de uma forma muito engraçada, o que fazia a coisa se espalhar rapidamente no colégio. Até eu perceber que eu tinha uma capacidade de influenciar as pessoas ao me redor muito grande, mas eu não conseguia ver que eu atraia pessoas ignorantes para perto de mim, que não tinham defeitos "tão visíveis" e estava afastando pessoas de conteúdo que não confiavam na minha pessoa. Quando eu acordei e me vi cercada de gente idiota, eu me senti a pessoa mais idiota do mundo, um lixo. Eu não evolui nada nesse tempo porque eu não dava chance a ninguém mostrar nenhum dos meus defeitos, que eram muitos, nenhum dos meus "amigos" se importavam em me fazer uma pessoa melhor porque o que eles queriam era só dar risada. O pior de tudo é que eu não via maldade no que eu fazia, era "apenas engraçado". Nessa "graça", eu perdi a amizade de algumas pessoas boas que hoje eu gostaria de ter próximas a mim.

Cerca de três anos da minha adolescência até aprender da pior forma possível limites entre "humor" e "ignorância", o que é engraçado e o que é ridículo. Que a maneira como você expõe uma ideia de tamanha importância quando se trata de outras pessoas, de outras vidas, faz muita diferença, que muitas vezes a pessoa que tá rindo da cara de alguém na sua frente é a mesma pessoa tá rindo de você para um outro nas tuas costas, até que se aprenda o valor do caráter de alguém.

Hoje eu sei que importante é uma pessoa que pensa por si, que não aceite tudo que eu fale, mas que entenda o que eu fale e forme uma ideia, pessoas que pensam. Amigo não é aquele que concorda com tudo o que você faz, mas aquele que te ajude a pensar no que é certo ou errado, que a mesma pessoa que concorda com tudo o que você diz, sem querer saber os lados dos fatos, é a mesma pessoa que poderia concordar com tudo que digam sobre você sem querer saber o que você pensa. A mesma pessoa que odeia todo mundo que você odeia sem ao menos querer entender os porquês é a mesma pessoa que poderia te odiar sem querer te entender. Que saiba ao menos do que está rindo, que seja aquele que ri por entender a piada e não pela risada dos outros.

Muita gente tem a idéia de que "se não é comigo não tem problema, eu não tenho nada haver com essa história", se preocupam apenas com as coisas que os afetam diretamente e não se preocupam em questionar a postura das pessoas em relação aos outros.
Eu só lamento por quem pense assim.

Quem ri por último ri melhor, ou demorou para entender a piada?

Quem ri mais baixo, ri melhor.


terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Vida de Cão




Alguns cachorros são tão bobinhos...

Observem um cachorro correndo atrás do
pneu de um carro.

Ele espera, o carro passa ele sai correndo,
latindo, fazendo barulho, quase se mata
por causa de uma roda...

Volta, todo morto, à espera de uma outra roda,
e por assim vai, passam carros, motos, bicicletas,
o mesmo barulho, o mesmo desgaste, quase um obsessão,
parando apenas para "talvez" pensar na próxima roda.

Mas uma hora um carro pára,
a roda pára!

Finalmente o tão momento esperado acontece!!!

Tudo que o cachorro tentou ali horas e horas
dias e dias, desgaste, correria, latidos,
agora sim tudo que ele fez vai ser recompensado
pois agora...

Pois é, e agora o que fazer?

Então, se o pobre coitado do cachorro não é racional,
damos um desconto, ele não pensa...
então pensarei eu por ele e me pergunto:

Quantos de nós, não corremos atrás de rodas,
assim como cachorros?

Quantos dos nossos objetivos e conquistas,
não passam de pneus?

[Dona Geo]


E agora? O que eu faço?

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Aos importantes

Gostaria que cada pessoa que me foi importante soubesse a forma que a tenho comigo, soubesse a forma do sentimento, respeito, admiração, aprendizado. Soubesse o tamanho da marca que cada um deles teve mas que por muitas vezes não consigo demonstrar como gostaria. Não porque não o queira fazer, muitas vezes, quando me lembro de alguma passagem da minha vida penso na hora o quanto gostaria de compartilhar minha lembrança com esse alguém, saber se ele se lembra de como foi, e dizer que aquele momento, mesmo que tenha sido tão breve, guardo pra sempre em minhas memórias, entre tantos outros que foram decisivos para quem hoje sou.

Queria que eles soubessem que estão nas histórias que conto, que se refletem em atitudes que tenho, em pensamentos, em sentimentos, e de alguns detalhes que eles podem nem se lembrar, que talvez eles nunca saibam que aquele momento me marcou para uma vida. O quanto é bom e importante tudo isso.

Não falo apenas das coisa boas, também lembro daqueles me deram problemas, que me criam barreiras e por vezes tentaram me prejudicar, e como hoje consigo rir de situações tão inusitadas que ao contrário de me prejudicar, me ajudaram a crescer, contribuíram me fazendo pensar em soluções, em lições do lado difícil da vida, onde tive que aprender a intensidade da palavra confiança, e entender que desconfiança não é sinal de desrespeito, mas sim de autodefesa.
Assim, com o tempo tive a certeza de que não importa o que se faça na vida, tudo volta para você ao seu tempo, de alguma forma, como os inúmeros pedidos de desculpas que deixei de fazer, que caráter é fundamental para se viver em paz consigo mesmo, e que amigos são fundamentais para determinar isso.

É ironicamente engraçado ver que me uso de exemplos tão cretinos para exemplificar a amigos situações, mostrando que até mesmo as pessoas mais cretinas tem um papel importante na vida, exemplificando o lado podre das pessoas, mostrando que no final raiva e o ódio podem ser substituídos por pena em várias situações. Mas isso tudo é possível por tantas outras boas histórias, muitas delas surpreendentes que me mostraram o valor que as pessoas podem ter e como várias vezes não devemos nos deixar levar pelo que parece ser, que bondade, honestidade, amor, amizade podem vir de onde não imaginamos. Quantos momentos me surpreenderam e me fizeram refletir na minha maneira de ver a vida, principalmente de saber viver a vida.

Mas no final as recordações boas superam as ruins, que toda boa histórias acaba em boas risadas, como isso tudo faz tão bem, e ainda se lembrar de momentos tão distantes surpreendendo-se por ainda ter essas recordações.

Bom seria mesmo se eu pudesse falar isso a todos que se fizeram importantes, juntando os momentos incríveis, mesmo aqueles que passaram tão brevemente e mesmo assim deixaram grandes marcas. Dizer àqueles que podem hoje pensar que estão distantes ou esquecidos, mas não fazem ideia do tamanho de sua importância, mesmo aqueles que ainda perto pareçam hoje distantes, e não tem a certeza do quanto eu os considero, e muito daqueles que hoje estão sempre por perto e presentes, mesmo esses não devem saber ao certo como eu os necessito e como sou grata por todos nossos bons e maus momentos.

Mas falar seria apenas uma maneira de informá-los, pois palavras não seriam suficientes para demonstrar o todo, e definir acabaria limitando tamanha importância. Prefiro então assim, como há de ser, como sempre foi, no meu jeito de agradecer, vivêndo-os.


[Dona Geo]


As pessoas esquecem;
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=54000266

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O Príncipe Gostoso


Era uma vez... numa terra muito distante...uma princesa linda, independente e cheia de auto-estima.

Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo era relaxante e ecológico...

Então, a rã pulou para o seu colo e disse: linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito.
Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformei-me nesta rã asquerosa.
Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo.

A tua mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e seríamos felizes para sempre...

Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma:

- Eu, hein?... nem morta!

[Luís Fernando Veríssimo]


≈ principe encantado ?

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Quem morre?


Morre lentamente
Quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo

Morre lentamente
Quem destrói seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente
Quem se transforma em escravo do hábito
Repetindo todos os dias os mesmos trajeto,
Quem não muda de marca,
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou
Não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente
Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções,
Justamente as que resgatam o brilho dos
Olhos e os corações aos tropeços.

Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz
Com o seu trabalho, ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto
Para ir atrás de um sonho,
Quem não se permite, pelo menos uma vez na vida,
Fugir dos conselhos sensatos...

Viva hoje !
Arrisque hoje !
Faça hoje !
Não se deixe morrer lentamente !


NÃO SE ESQUEÇA DE SER FELIZ.


[Martha Medeiros]



Viva a Vida

sábado, 21 de novembro de 2009

Porque é!


É covarde, e isso tudo não passa de uma grande covardia.


Todo esse medo, toda essa luta vã de esconder-se, enquanto procura o que não existe naquilo que imagina já ter encontrado. É uma grande covardia correr em círculos naquilo que já conhece, no que não há saída, tampouco direção.

É algo covarde apostar em perder algo que já o teve, por julgar conhecer a dor, por acreditar que se supera mais fácil perder o que já foi perdido, acreditar que "fazer o certo" agora seja uma maneira de se apagar cicatrizes incuráveis, que se amenizar uma dor, que se apaga o arrependimento.

É mais covarde ainda escolher a dedo um coração fechado, procurar no pior motivos para não sentir a culpa da incapacidade de acreditar no amor, de imaginar que sofre menos quando se fizer acreditar que foi perdido, e não, que o perdeu.

Uma grande covardia é mentir a si mesmo e acreditar que não mereça algo melhor, que não se é capaz de corresponder a algo verdadeiro.

Pensar que não superaria uma nova perda, pensar que todas as pessoas são covardemente iguais, que tudo se resume a um estúpido ciclo doentio, com as mesmas dores.

É a covardia mais estúpida privar um sentimento pensando em sofrimento, mentido a si mesmo, já sofrendo por não conseguir esconder-se dele, encontrando-se sem coragem de encará-lo.

É uma grande hipocrisia condenar-se a ser sozinho de mãos dadas com a covardia, olhando-se no espelho repetindo "olá" a um estranho.


[Dona Geo]



Me odeio por te amar tanto...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Mais loca que o Batman


Acho que todo mundo já passou por uma situação em que deixou uma outra pessoa constrangida sem querer, no meu caso, eu vivo fazendo isso, e juro, a maior parte é sem querer mesmo. Eu aplico muita ironia no meu dia a dia, aquela coisa de respostas rápidas e muitas vezes, por ser meu jeito mesmo muito solta, simplesmente falo alguma coisa até séria mas de um jeito que vira graça.

Um dos assuntos que constrange muito as pessoas que não me conhecem muito é o fator família, alguns dos meus amigos não sabem que meu pai é falecido, imagine meus conhecidos, enfim, eu não me apresento a uma pessoa e digo, "oi, meu nome é Geovana e eu não tenho pai"e também evito um tanto o assunto, não porque me incomode, quanto ao fato eu já sou muito bem resolvida, e não me abalo quando conto e tudo mais, não me chateia, mas parece que quando você conta a pessoa fica sem graça, como se te chateasse, ou então fica me olhando com cara de piedade, o que é terrível!

O curioso é quando entra em algum assunto que alguém pergunta sobre minha família, do tipo, "o que seus pais fazem da vida?". Quando eu não quero estender a conversa, mas não quero mentir eu falo, "Bom, da vida meu pai não faz mais nada, mas era locutor" depois estendo para falar da minha mãe e tal.

Mas esses dias aconteceu algo meio diferente, eu fui contar uma arte minha, minha e de mais uma prima minha, como nós éramos um pouco atentadas. Falava com um amigo sobre a influência da TV na vida das crianças, principalmente nas mais retardadas, como foi meu caso!

Uma vez, eu e minha prima, resolvemos imitar uma vídeo cassetada (super inteligente!) eram dois "moleques" que estavam vestidos de Batman, um deles dava um "Bat Soco " na barriga de um cara, o outro ia logo em seguida e dava um "Bat Saco"! A cobaia foi o eu pai! Pense! Ele estava dormindo durante a nossa grande ideia, eu fui e dei o "Bat soco" minha prima foi e deu o "Bat Saco" mas ela não foi delicada... Enfim, eu já estava meio longe mas levei a pequena bronca junto!

Quando eu terminei de contar, meu amigo, muito espontâneo, falou "nossa seu pai deve ter morrido de raiva e de dor", então por um impulso idiota eu disse "não, na verdade ele morreu de cirrose, mas não bebia, foi bem estranho o caso dele". Meu amigo ficou sem palavras, ele não sabia que meu pai havia falecido, ficou meio sem graça pelo que eu falei, mas falei de boa, ele percebeu que não havia falado nada errado, mas a situação foi um tanto constrangedora, claro.
Então ele agiu normalmente e voltou a comentar sobre o fato, falou, "nossa, e sua prima não morreu de vergonha depois?"

Ai então eu não aguentei mesmo, e contei:
"Bom, na verdade... ela morreu, mas de acidente... dois anos antes do meu pai."
Não preciso dizer que ele me olhou com aquela de "você não existe".

Juro, foi a maneira mais estranha que eu já contei para alguém sobre os dois fatos.
Tem gente que pode ler isso e achar um horror, tem gente que vai rir, nós rimos muito depois do jeito que a "coisa" aconteceu, meu pai mesmo deixava bem claro que quando ele morresse, eu não deveria ficar chorando, que isso chatearia muito ele, imaginar que quando eu lembrasse dele me trouxesse lágrimas e sofrimento, ele queria ser lembrado de forma alegre, ele tinha um humor um tanto peculiar também, mas tudo isso serviu de lição, para o que eu ainda não sei...

Auto-Ironia!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Mas quem falou?


É muito fácil se quando se descobre que alguém falou mal de você ficar com raiva e já pensar em uma maneira de "dar o troco" ou "tirar a história a limpo", criando um sentimento de vingança e indignação estando de cabeça quente.

Difícil é conseguir pensar como é a pessoa que falou, como é a vida dela, quais os valores dela, porque ela disse o que disse, quais as razões dela em se preocupar com algo da vida alheia e quem de fato são os tipos de pessoas que levam a sério o que ela fala.

Na maioria das vezes, quando se pára para pensar num troço desses, dá vontade é de chorar de pena, dá vontade de sentar com a pessoa e conversar.

Dizer a ela que a vida é muito, mas muito mais do que isso.


[Dona Geo]


Quem é VOCÊ pra falar de MIM?

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Pare, olhe e sinta. Sinta, olhe e pare...


É como se o amor fosse arte, um quadro pintado com emoção e sentimentos, onde o artista fosse o único que conseguisse entender seu real significado, onde outro qualquer pode julgar um rabisco sem nada compreender.


Nem todos são preparados para entender a arte, como nem todos estão preparados para entender o que é o amor, por que não classificar o sentimento como uma cultura?

Saber identificar amor pode ser uma questão de inteligência emocional, um coração inteligente, com olhos que conseguem sentir, enxergar com a sensibilidade da arte de amar, e apreciar, não apenas o que seja belo, que seja certo, ou o que seja, o quadro pode ser um simples quadro, o amor pode ser um simples sentimento, de uma visão de quem é simples demais para sentir o que é esse sentimento.

Esse quadro sempre vai ser o mesmo quadro, hoje ele pode não representar nada a alguém, amanhã ele pode dizer tudo, assim como o amor, que hoje pode não ser sentido por alguém e mais além pode ser tudo, a diferença é que a beleza do quadro pode ser apreciado por muitos mas esse amor pode ser sentido por apenas uma única pessoa.

Uma obra de arte é intocável, assim como um sentimento.

O amor de um artista morre junto com ele, alguns tem tempo de apreciar essa obra por muito mais tempo, mas o amor que se foi com ele, isso não, um único alguém perdeu um grande amor, outros ganhar uma obra para apreciar.

Assim como Pollok expressava sua arte sem tocá-la, alguém pode amar o que não toca, como Van Gogh foi por muitos considerado um louco, o amor não é necessariamente o sentimento mais racional que alguém possa ter, e assim como Monet via cores vivas onde muitos mal viam cores, o amor pode ser visto da forma com que os olhos se adaptam a enxergar, impressionante da mesma forma que alguém pode ver cores nos tons de cinza, como alguém pode enxergar alguém que não consegue ao menos se ver.

Infelizmente as pessoas tem o péssimo costume de dar valor ao artista depois que ele não mais existe, assim como muitos que só reconhecem um grande amor depois que ele já se foi, assim como muitos artista tem o péssimo costume de esconder uma grande obra de arte por não acreditar na sua beleza, ou que esse seja o tempo certo em que vá ter o merecido valor, esconder o amor é uma cruel forma de preservar tal arte, privando sentimentos.

Quantos ainda tem a oportunidade de se viver numa grandiosa obra de arte?

[Dona Geo]



Amar é Uma Arte

sábado, 31 de outubro de 2009

Como assim, pessoas não mudam?




Mudança é uma lei da vida, ninguém se mantém igual durante ela, e é para mim um dos motivos para achar pessoas apaixonantes, a capacidade de mudança, na verdade não de mudança qualquer, mas sim de evolução!

Mudar é inevitável, mas com existe o livre "ser", muda-se para melhor ou para pior, o fato é que mudanças são necessárias para se adaptar a vida e as pessoas que fazem parte delas. O que faz de uma pessoa mais especial que outra em nossas vidas é o rumo dessa mudança.

O que eu acredito que mais especial ainda são as pessoas que nos inspiram mudanças, não acredito que existam pessoas que mudem alguém, mas sim que em determinados pontos ou questões o sentimentos que temos por alguém nos muda.

Quem não se vê com a necessidade de mudar por algo, não consegue realizar grandes mudanças, não consegue evoluir, mas o sentimento de adaptação é inspirado no sentimento por alguém, acho que normalmente "mudamos" para seremos de certa forma admirados, mas o importante e diferencial de algumas pessoas é não buscar uma admiração de um conjunto todo, e sim de selecionar a quem se quer impressionar, selecionar e traçar um objetivo.

Temos que ser aceitos como somos, isso é de fato verdade, ser aceitos sim, mas acredito isso seja um tanto de comodismo, deixar de evoluir por acreditar que deva-se ser aceito como é quando é possível ser melhor, o que não requer um grande sacrifício.

Não acredito em pessoas que mudem por causa "de" alguém, apenas para impressionar uma pessoa, e criar uma máscara diante de uma situação.

O sentimento que se cria por alguém quase sempre traz uma necessidade de se mudar algo, isso quando se tem a certeza que tal mudança transformara a pessoa em alguém melhor, mas não apenas melhor para a outra pessoa, mas melhor consigo mesmo, um pensamento que se for encarado de uma forma egoísta de se fazer bem a si mesmo.

Acho ridículo quando alguém fala que mudou para alguém, isso dá a impressão de uma mudança imposta, sem ser espontânea, acredito e admiro pessoas que dizem ter mudado mas mudado por alguém, por algo, por um sentimento inspirado por alguém, mesmo que de fato não tenha alcançado seu objetivo inicial.

Grande exemplo de sentimento, talvez o melhor e capaz de promover grandes mudanças na vida de alguém é o amor.

Um dos maiores erros que vejo, é quando alguém espera por muito tempo que alguém vá mudar para melhor, e fica nessa espera, ou seja, enquanto alguém fica insatisfeito esperando o momento de mudança de alguém para se julgar de fato "ser feliz", por que então tal pessoa não muda em si essa situação?

É um momento difícil olhar para si e ver que não se é de fato a pessoa que inspirou a mudança nesse alguém que tanto espera, mas quando perceber isso não pense que não tenha importância, mas sim que o que é importante para a outra pode não ser exatamente o que você inspira, algumas pessoas não conseguem ver ou dar valor em sentimentos, nem possuem a capacidade de se amarem, esperar uma atitude de alguém assim é não dar valor a si mesmo, chega a ser a perda do amor próprio.

O amor próprio é o que dá a cada um a visão da necessidade de valor ou de mudança que se espera ser necessário. Quem não muda a visão que tem dos valores próprios não pode esperar que alguém mude essa visão também.

Não se muda alguém, a pessoa em si, mas se muda o conceito, a visão, a sensibilidade e a necessidade e principalmente os valores.

Se todos os dias fossem exatamente iguais a vida seria um tédio, se todas as pessoas continuassem exatamente iguais imagine como seria a vida, seria apenas existir, e de fato algumas pessoas apenas existem e não vivem.

Muitas vezes a questão não é o que alguém está perdendo em permanecer igual, mas sim no que está deixando de ganhar.

Ninguém escapa de mudanças, mude pelo amor, mude pela dor, mude para melhor, mude para pior, mas não mude para alguém, e que se mudar por alguém, mude principalmente por si mesmo, com o principal objetivo de estar bem consigo mesmo, pois o resto, é consequência.

Como diz Mário Quintana:

O segredo é não correr atrás das borboletas...
É cuidar do jardim para que elas venham até você.

E mesmo que não seja as borboletas que você espera, outras ão de vir, e mesmo que demore até que venham, saiba o valor que há na beleza do seu jardim, sinta em si o prazer em cuidar dele, mude, plante flores diferentes, se cuide.

Fato é, mudar é inevitável, se arrepender é opcional!

Apesar que em alguns casos o ponto não seja mudar e sim acordar... o que é um outro assunto!


[Dona Geo]


mude, mas mude devagar!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Não goste apenas


Goste de alguém que te ame,
Alguém que te espere,
Alguém que te compreenda mesmo nos momentos de loucura;

De alguém que te ajude, que te guie, que seja seu apoio,
Tua esperança, teu tudo.
Goste de alguém que não te traia,
Que seja fiel, que sonhe contigo,
Que só pense em você,
Que só pense no teu rosto,
Na tua delicadeza, no teu espírito.

E não no teu corpo, nem em teus bens.
Goste de alguém que te espere até o final;

De alguém que sofra junto contigo,
Que ria junto a ti, que enxugue suas lágrimas,
que te abrigues quando necessário,
Que fique feliz com tuas alegrias
E que te dê forças depois de um fracasso.

Goste de alguém que volte pra conversar com você depois das brigas,
depois do desencontro;
De alguém que caminhe junto a ti,
Que seja companheiro, que respeite tuas
Fantasias, tuas ilusões;

Goste de alguém que te ame.
Não goste apenas do amor.
Goste de alguém que sinta o mesmo sentimento.

Se você estiver só se enamore, ame-se, elogie-se curta-se
Neste dia e em todos os outros.
Não sinta-se só
Você tem a você...
E isto pode ser melhor que qualquer coisa.

[Luiz Fernando Veríssimo]

Não goste apenas do amor

http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=72405817


segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Acredite quando quiser...


Eu não acredito e não me faça acreditar. Todo o amor que você diz sentir me assusta. Eu tenho medo, medo de que esse amor que sentes por mim me faça te amar, mesmo que no fundo sinto que já o amo, mas não quero, nego e me nego.


Eu não aceito o fato que me amas, eu não aceito o teu amor, pois de fato não acredito que o sejas de verdade, na verdade que sejas por mim, por quem simplesmente sou.

Teu amor te faz tão grande que não cabe em mim. Tal amor que por vezes me repreende, justo que não o mereço, pois eu sim me conheço, você julga me conhecer, me entender, e me por vezes me sentir, mas se tal fosse, sei que não me amaria como o diz amar.

Eu não sou o tudo que diz ver em mim, teus olhos te enganam, não me vejo como diz me ver, não acredito que certo estaria, e ao ceder a esse amor, eu amaria mais do que posso, do que me permito, e por pior, sei que seria menos do que mereces.

Não me puna tão severamente deixando-me te amar. Te amar seria o tudo ter, te perder não mais sei quem eu seria, prefiro covardemente guardar o que poderia ser.

Não se iluda em pensar que irei entender ou simplesmente aceitar por acreditar que é necessário deixar-me sentir, não percebes que não há amor que me faça acreditar, pois não acredito no amor, e não acredito que isso seja amar, tão pouco acredito que me amas, e não irei acreditar, é difícil acreditar em algo quando nem mesmo consigo acreditar em mim. Acredite.



[Dona Geo]


Acredite em mim...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

"E eu que pensava que não ia me apaixonar

Nunca mais na vida..."



Não é fácil se enganar quando o sentimento
rompe as barreiras impostas pela razão.

Não é lógico ignorar que há um sentimento muito forte
e achar que a loucura se faz presente, que com o tempo
tudo volta a ser lógico, uma esperança
de sanidade emocional.

O medo de errar, o pavor em estar certo.
Entre falas ensaiadas do que parece correto,
pensamentos que não são precisos.

O mesmo sentimento que muda em pouco tempo,
"é tão bom que faz mal".

Torna-se desumano sufocar um sentimento,
sem ao mesmo dá-lo a chance de acontecer,
de matá-lo com a frieza que chamamos
de "melhor assim".

O que se nega,
é o que te falta?

Ditando regras ao incontrolável,
quando, como, onde e quem.

[Dona Geo]

"Eu podia estar agora sem você
Mas eu não quero, não quero..."


e no meio de tanta gente,

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

E viva o basta!


Um pedido sincero de desculpa basta para se perdoar
O segredo guardado basta para se confiar
Uma lágrima basta para aliviar a dor
Um sorriso discreto basta para conseguir um outro sorrir
A música basta quando fala por você
Um olhar basta quando não existem palavras
Observar o céu basta para inspirar a saudade
O forte abraço basta para sentir segurança
A conquista de um sonho basta para se enfrentar a realidade
Sentir a brisa basta para acreditar no que não se pode ver.
Um único beijo basta para se apaixonar.
Te ver feliz basta...

Basta ser feliz,
não importa como.

[Dona Geo]



basta um sorriso teu,


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Timidez


Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção?

Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico, só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença.

Todo mundo é tímido, os que parecem mais tímidos são apenas os mais salientes. Defendo a tese de que ninguém é mais tímido do que o extrovertido. O extrovertido faz questão de chamar atenção para sua extroversão, assim ninguém descobre sua timidez.

Já no notoriamente tímido a timidez que usa para disfarçar sua extroversão tem o tamanho de um carro alegórico. Daqueles que sempre quebram na concentração. Segundo minha tese, dentro de cada Elke Maravilha existe um tímido tentando se esconder e dentro de cada tímido existe um exibido gritando "Não me olhem! Não me olhem!" só para chamar a atenção.

O tímido nunca tem a menor dúvida de que, quando entra numa sala, todas as atenções se voltam para ele e para sua timidez espetacular. Se cochicham, é sobre ele. Se riem, é dele. Mentalmente, o tímido nunca entra num lugar. Explode no lugar, mesmo que chegue com a maciez estudada de uma noviça. Para o tímido, não apenas todo mundo mas o próprio destino não pensa em outra coisa a não ser nele e no que pode fazer para embaraçá-lo.

O tímido vive acossado pela catástrofe possível. Vai tropeçar e cair e levar junto a anfitriã. Vai ser acusado do que não fez, vai descobrir que estava com a braguilha aberta o tempo todo.

E tem certeza de que cedo ou tarde vai acontecer o que o tímido mais teme, o que tira o seu sono e apavora os seus dias:

alguém vai lhe passar a palavra.

[Luiz Fernando Veríssimo]


quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Como estou?


Eu estou a mesma pessoa que você conheceu,
com os mesmo problemas
e a mesma forma de resolvê-los.

Continuo culpando os outros,
continuo me enganando,
buscando o mais fácil.

Lidar com as pessoas nunca foi fácil pra mim,
lidar com meus sentimentos me confunde mais...

Abrir mão de sentimentos ainda é comum
me acomodar em gostar de quem gosta de mim
ainda é comum, por mais que eu saiba
e ainda pense que ninguém me veja ou entenda...

Lidar com um amor de verdade ainda me dá medo
encarar o que pode ser uma decepção ainda me apavora
ser decepcionante ao meu ego seria minha grande frustração.

Eu fujo...

Lidar com quem se ama,
lidar com um amor inexplicável dói demais.

É o problema mais difícil a ser encarado,
a realidade, a ilusão...

Prefiro guardar o que poderia ser...
Prefiro acreditar nas verdades que inventei

Na esperança que vou esquecer,
que o que fiz foi o mais correto,
tentar o não ter, foi necessário.

Mas mesmo assim sei o que guardo
todos os bons momentos,
os sorrisos e as palavras...

E assim espero e te prendo,
me distraindo,
talvez perdendo meu tempo
como assim fui ensinado...

"Nada é por acaso".

[Dona Geo]

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Amém...


Cada um vive a vida que julga melhor pra si, como todos que hoje estão numa prisão se julgam inocentes pelo crimes que cometeram, todos tem seus motivos e suas razões, se o mundo fosse feito de razão qualquer, por qualquer bem, como seria esse mundo se não houvesse quem dissesse o não, quem visse o errado, quem não concordasse com o caos?

Muitas pessoas conseguem ver, mas nem todas conseguem enxergar e poucas que enxergam conseguem ter coragem para enfrentar o que há de errado, quase ninguém gosta de responsabilidade muito menos de confrontar a verdade.

Vejo poucas pessoas lutando pelo que realmente querem de verdade, falta coragem, falta vontade, falta tanta coisa de verdade, faltam motivos, força. Vejo um mundo de pessoas fracas, entregando suas vidas ao acaso, ao fácil, desistindo de si mesmas, se juntando a massa de fracassados, de fracos entregues ao acaso.

Vejo uma geração de pessoas que cresceram "escutando" que poderiam ser o que quisessem ser, que teriam a liberdade que a geração passada não teve para escolher, vejo uma geração de pessoas perdidas e frustradas por verem que ser quem se "gostaria" de ser não é exatamente quem se é, não sabem que fazer com as escolhas e as oportunidades que se tem na vida, perdidas com o poder e potencial que tem nas mãos, que não sabem o que fazer, não sabem o que querem ser e não dão valor ao que já são.

Os Judas estão a solta, os amigos que beijam sua face, que passam a mão sobre sua cabeça, que comem da sua comida, te fazem dividir o pão, se fartam do seu vinho, que estão sempre "por perto", sujos, parasitas, vivendo da desgraça alheia, traçando um caminho com pétalas de flores que levam a crucificação. Sentindo a superioridade diantes de vidas desgraçadas, tão mais baixas como as que julgam viver, o conforto de se sentir "melhor" diante do despresível, diante do nível mais baixo, sente-se um acima, sente-se bem, comparado a quem?

Que Deus me perdoe de usar Teu nome em vão, mas são mais de dois mil anos e vejo filhos Teus fugindo da salvação, se entregando, carregando cruzes sem ao menos uma razão, quantas Marias chorando por seus filhos, de mãos atadas esperando que um milagres os salvem, crendo em uma ressurreição.

Quantos de nós somos hipócritas como Pilatos assistindo a tudo isso e apenas lavando nossas mãos, covardes, meros espectadores assistindo a tudo, deixando que tudo aconteça diante de nossos olhos. Não vamos "nos meter" não vamos mudar nada, vamos calar a nossa voz, vamos nos calar e deixar a "vida" acontecer, vamos deixar a vida se acabar, e quantas vidas mais vamos assistir se perder, quantas, por quantas "certas" razões?

Meu Deus, penso as vezes que o dom que me destes de conseguir enxergar e de sentir o mal que está por toda a volta seja a cruz que carrego, pois não aceito as coisas como simplesmente são, por que não consigo me calar mesmo quando não querem ouvir, por que não consigo parar quando vejo que tenho caminho a seguir, por que não consigo desistir de amar ao próximo que já desistiu de amar a si, por que sinto a dor das pedras que não vejo atirarem em mim, por que meu Deus não mudo eu e me conformo que o mundo está certo e errado sou eu em ser assim?

Porque nesse instante, com o peso que sinto em minhas costas, fecho meus olhos, sinto minha respiração mudar, meu coração se conforta e ouço uma voz dentro de mim que diz:

"Por que Eu não desisti de ti, assim como você não pode desistir de Mim".


[Dona Geo]

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Talvez eu esteja aqui


Quando eu saio por ai, sem rumo sem destino, não sei o que procuro e coleciono tudo em que eu me encontre. Eu quero um tempo longe do mundo e mais perto de mim, eu quero estar longe de escutar os pensamentos que não me pertencem e dar ouvido aos pensamentos se calaram aqui dentro.

Eu saio por ai só para me encontrar em mim, em coisas que eu nunca presto atenção em detalhes importantes que por tempo se tornaram invisíveis.

Havia tanta coisa a frente de meus olhos que eu apenas via e não mais enxergava, há tanta coisa que agora eu decido se quero enxergar, há de um pouco do que eu procuro e do que perco, das coisas que apenas vejo.

Eu estou caminhando na direção que nem sei se certa é, um caminho que não quero olhar apenas para frente, vejo tudo que acontece a minha volta, não sei se o mundo gira em torno de mim ou se eu o faço girar.

Quando eu achava que olhar para frente era a melhor maneira de se seguir um caminho aprendi a olhar ao meu redor, para cima e para baixo, mas sei que meu caminho está apenas aqui dentro, quando muda minha respiração encontro vento que me guia e assim vou...

Sei que ainda há um longo caminho até me encontrar em mim.
[Dona Geo]
Eu olho para dentro de mim

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Rabo preso


Era só uma criança, no auge de sua infantilidade e sem conhecimento real do significado de consequência. Era uma criança e seu cachorro, um vira-lata que não foi agraciado com uma bela aparência, mas era o melhor amigo, apenas os dois sabiam o bem que um fazia ao outro.

Até que um belo dia contemplada com uma ideia indivina acrescentada da curiosidade assassina de gatos a criança resolveu puxar indelicadamente o rabo de seu cachorro . O resultado não foi outro que o instinto animal de um "animal" em se defender... pobre cachorro.

Por mais que a criança tivesse consciência da culpa, o susto e a dor eram mais fortes, choro e revolta são consequências, mas não apenas as dores físicas e nem apenas as delas. Como explicar aos pais o ocorrido? A vergonha de dizer o que se fez? Mesmo uma criança não muito inocente fez o "prático" e colocou a culpa em seu cachorro, acusou-o sem explicação, sem a explicação correta.

O pobre cachorro levou uma surra, onde a criança escutava os latidos, uivos, sentia dentro dela os gritos de dor que seu "amigo" sentia, sentia mais ainda, a culpa por eles... Mas contar agora que havia feito algo "mal" a ele, já era tarde, não apenas o cachorro perderia a confiança da família como também a própria criança mentirosa... pobre cachorro, pobre criança.

Ver no outro dia seu "amigo" machucado, amarrado, e culpado por algo que não foi apenas "culpa" dele, não fez nada bem. Pior, ser proibido pelos pais de "brincar novamente" com ele, sabendo que ele não havia feito mal algum por "maldade", por loucura, ou sem explicação.

O segredo estava guardado, afinal cachorros não falam, e tudo uma hora voltaria ao "normal".

De fato o cachorro em poucos dias já estava disposto a brincar novamente com a criança, que havia apenas puxado seu rabo, e ele mordido, ou seja, os dois saibam que estavam "quites", mas quando o cachorro via os pais, ele se afastava, ainda tinha medo, e os pais ainda sempre desconfiados do cachorro.

Os pais não entendiam direito como a criança não tinha medo do cachorro, e brincava normalmente, acreditavam que "criança" não guarda "mágoa", mas não sabiam que a criança confiava em seu cachorro pois apenas ela sabia que, o que ele fez, foi apenas por uma resposta a atitude dela, pior que a do cachorro, e cachorro que é bom cachorro,"ama" seu dono, perdoa.

O tempo passou, o cachorro "esqueceu" mas a criança não, por vezes que ela via seu cachorro feliz ao lhe ver, pedindo carinho, olhando para ela, vinha a sensação de traição, de culpa, e encarar o cachorro não era dos melhores momentos reflexivos.

Com o tempo o cachorro morreu, mas a culpa, assim como o trauma da infância, não.

A criança já adulta, ainda se perguntava se, se "o cachorro" falasse, será que ele teria contado o que de fato havia de fato acontecido? Desmentido tudo? Exposto a mentira ao seus pais? Se vingado em alguma hora?

"Apenas quando alguém que você ama te colocar no lugar do cachorro você terá essa resposta."


[Dona Geo]

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